Refúgio não é apenas um espaço físico, mas uma experiência sensorial e emocional. Para os proprietários suecos da Casa Asa, em Itacaré, a exuberante Mata Atlântica foi o cenário ideal para criar um lar que unisse tranquilidade, descontração e profundo respeito à paisagem natural.

O projeto ocupa um terreno de 400 m² com vista privilegiada para o encontro do Rio de Contas com o Oceano Atlântico. A implantação da residência prioriza a fluidez espacial e a integração com o entorno, dissolvendo as barreiras entre interior e exterior. Em vez de paredes rígidas, biombos de madeira cumaru organizam os ambientes com leveza, permitindo que o verde ao redor permeie todos os espaços da casa.

A estrutura em concreto aparente se contrapõe de maneira elegante à textura quente da madeira, criando um equilíbrio entre a rusticidade tropical e o refinamento urbano. Esse contraste é suavizado por uma curadoria de mobiliário artesanal, com peças produzidas por marceneiros locais e acabamentos em tons neutros de branco, areia e nude, que acentuam o protagonismo da natureza.

Os quartos da casa foram pensados como espaços de contemplação, com aberturas generosas e vistas panorâmicas de 180 graus, permitindo que o horizonte e a vegetação entrem como parte viva da experiência doméstica.

Na área social, os ambientes de estar, jantar, cozinha e varanda se fundem em um único gesto arquitetônico contínuo, onde os limites desaparecem e a paisagem domina. A piscina — livre de guarda-corpos visuais — é revestida em tons claros, refletindo o céu da Bahia e reforçando a sensação de continuidade entre casa e natureza.

A Casa Asa é mais do que uma residência de veraneio. É um santuário contemporâneo em meio à Mata Atlântica, onde arquitetura, paisagem e estilo de vida se unem com delicadeza e precisão. Um lugar onde o tempo desacelera e a natureza assume o protagonismo absoluto do viver.

arquiteto responsável
Brunno Meireles

equipe de projeto
Brunno Meireles / Juliana Daikin