A reforma desta residência teve como premissa central a valorização do projeto original assinado por Jorge Zalszupin, um dos grandes nomes do modernismo brasileiro. A casa, que ainda preservava sua estrutura inicial, havia sofrido algumas alterações durante a construção, desviando-se do conceito planejado pelo arquiteto. O desafio, portanto, foi restaurar e respeitar a proposta original, garantindo que o layout, os materiais e os revestimentos escolhidos estivessem em total harmonia com a linguagem da época.

Mais do que um projeto arquitetônico, a reforma foi um processo de resgate e celebração da identidade modernista. O estudo minucioso dos desenhos originais permitiu compreender as soluções concebidas por Zalszupin e aplicá-las com precisão, sem interferências estilísticas externas. A madeira do piso térreo, presente desde a construção da casa, foi cuidadosamente preservada, enquanto o pavimento superior recebeu cumaru tingido, alcançando o mesmo tom da madeira original, reforçando a continuidade entre os espaços.

Outro aspecto fundamental da intervenção foi a substituição do piso de ardósia em algumas áreas do térreo por granilite claro, um material que, além de proporcionar maior luminosidade ao ambiente, remete fielmente às escolhas construtivas da década de 1960, quando a casa foi edificada. Para manter o vínculo com a história da residência, o granilite foi composto com seixos de rio já existentes na casa, reforçando a autenticidade do projeto e respeitando os materiais característicos da época.

O resultado final preserva e potencializa a essência modernista da residência, garantindo que a arquitetura de Zalszupin continue a ser apreciada em sua plenitude. A intervenção respeitosa e detalhista permitiu que a casa voltasse a refletir a estética e a funcionalidade concebidas originalmente, reafirmando a atemporalidade de um dos grandes ícones do modernismo brasileiro.

arquiteto responsável
Brunno Meireles

engenharia
Cateo

fotos
Fran Parente